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13 de fevereiro de 2017 às 08:00.

A vida musical em Manaus nas décadas de 1950 e 1960

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Ouvir histórias e estórias, casos e causos de Manaus e do Amazonas, exercem sobre mim fascínio e curiosidade. Fascínio porque são ricos em particularidades impensáveis hodiernamente; curiosidade porque aguça o meu querer saber mais. Foi o caso desse tema que, a princípio, se restringiria a abordagem da vida musical em Manaus na década de 1960, mas à medida que pesquisava, descobria e ouvia detalhes imprescindíveis ocorridos na década anterior. Assim, concluí que não poderia abordar 1960 sem 1950.

O resultado eu narro em 12 (doze) capítulos que, para a inteira compreensão da época, permeia, necessariamente, o cenário nacional.  Boa leitura.

Impossível divorciar o papel do rádio, da vida musical de Manaus.

No dia 7 de setembro de 1922, nascia o rádio no Brasil. Naquela data foi transmitida, através de rádio telefonia, a fala do presidente Epitácio Pessoa em homenagem a passagem do primeiro centenário da independência do Brasil. No ano seguinte, em 20 de abril, Edgar Roquette Pinto funda a primeira estação de rádio no Brasil, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, instituição de caráter basicamente educativo-cultural, cujo funcionamento sobrevivia graças às doações de seus sócios. Inviabilizada a sua continuidade nos moldes da difusão educativa. A rádio foi doada ao governo federal e ainda hoje está no ar como Rádio MEC.

Arrebatado com as experiências de Roquette Pinto, Alfredo Mayrink Veiga funda sua própria rádio, a Rádio Mayrink Veiga, em 21 de janeiro de 1926. Dez anos depois, em 12 de setembro de 1936, nasce a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, emissora pertencente a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), órgão do Governo Federal, responsável pela administração das emissoras de rádio e TV educativas do país; a primeira emissora a alcançar praticamente todo o território nacional. A partir daí o país não seria mais o mesmo.

O rádio determinou o padrão das vozes que chegariam aos lares brasileiros, criou ídolos, mexeu com o imaginário popular, influenciou a cultura e os costumes da sociedade nacional. Sua programação diária era feita completamente ao vivo, exceto os especiais, os comemorativos ou quando, por razões imperiosas, não fosse possível sua realização ao vivo.

Nas décadas de 1940 e 1950, as transmissões radiofônicas brasileiras ganharam alcance internacional. Era o tempo das poderosas emissoras de rádio, que mantinham enormes estruturas artísticas e administrativas, irradiando seus programas para todo o país.

A maior representante desse período é a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que por duas décadas ocupou o posto de emissora líder de audiência. A programação radiofônica tinha humor, informação, dramatização, esporte e música.

Evidente que “antes do rádio havia o disco, mas foi através das ondas radiofônicas que as antigas bolachas de 78 rotações por minuto, até então ao alcance de poucos, começaram a chegar ao grande público. E ao vivo, pois praticamente todo artista – dos menos conhecidos aos mais famosos, como Carmen Miranda e o Rei da Voz, Francisco Alves – divulgava em programas de rádio os sambas, marchas e valsas que tinha gravado em estúdio”.

O rádio funcionava mais ou menos como hoje funciona o WhatsApp, com seus compartilhamentos de arquivos de áudios e vídeos virais. Claro que a notoriedade não era instantânea, mas logo amadores se transformavam em profissionais; anônimos em figuras conhecidas; vozes desconhecidas em referencias; personagens regionais em nacionais…

Assim surgiram atores, locutores, músicos, produtores, cantores…

O artista de rádio, ídolo nacional, tinha consciência do papel que representava para a sociedade.

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