Barreirinha, situada na Mesorregião do Norte Amazonense, destaca-se tanto por sua extensão de 5.751,765 km² quanto por sua rica história e localização estratégica. A uma distância de 372 km de Manaus, este município faz fronteira com cidades importantes como Parintins e Maués, além do estado do Pará, abrigando uma população de 31.051 habitantes.
O município traz em sua gênese a herança das missões jesuíticas, sendo então, originalmente conhecido como Santa Cruz dos Andirazes. Uma referência à sua fundação no século XVII pelo padre jesuíta João Felipe Bettendorf. O nome “Andirá”, que significa morcego na língua tupi, reflete a biodiversidade local, enquanto a denominação “Santa Cruz” ressalta a influência religiosa jesuíta.
No século XIX, a região testemunhou a construção de uma capela por Antônio Fonseca e sua subsequente transferência para Uaicurapá, consolidando a presença cristã. Apesar das mudanças, a missão original de Andirá permaneceu ativa, marcando o início de um desenvolvimento contínuo.
Com a destruição da fazenda de gado de Manuel da Silva Lisboa e a violenta revolta da Cabanagem, a região de Andirá viu-se envolta em conflitos. No entanto, em 1848, renasceu das cinzas com a criação da Missão do Andirá pelo governo do Pará, um marco redefinido pela construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora do Bom Socorro.
A elevação da localidade a curato e posteriormente a freguesia sob a égide de Nossa Senhora do Bom Socorro solidificou a importância de Barreirinha na região. Este processo culminou em 1873 com a transferência da freguesia para o lugar de Barreirinha, nome dado devido à característica barrenta avermelhada do solo local.
A transformação de Barreirinha em vila e sua eventual emancipação de Parintins refletem o crescimento e a autonomia alcançados pelo município. A luta pela independência política, interrompida temporariamente em 1931, culminou com a reconquista da emancipação e a consolidação de Barreirinha como cidade em 1938.
Hoje, Barreirinha é conhecida não apenas por sua padroeira, Nossa Senhora do Bom Socorro. Mas também pelo vibrante Festival Folclórico, que celebra a cultura local através da rivalidade entre os bumbás Touro Branco e Touro Negro. Este festival, iniciado em 1981, hoje se desenrola no moderno Touródromo, palco das expressões culturais mais autênticas da região.
Fonte: IDD
