A cidade de Pauini possui 41.624,664 km2 (IBGE/2022) e está localizada na 3ª Sub-região/Região do Purus – Mesorregião do Sul Amazonense. Distante 935 km de Manaus em linha reta, limita-se com as cidades de Lábrea, Boca do Acre, Envira e Itamarati e o estado do Acre. Sua população residente é de 19.373 pauinienses (IBGE/2022).
O início da história de Pauini tem relação com o antigo povoado de Terruã. Habitado originalmente pela nação dos Apurinã e que se localizava em um terreno alto, para se proteger das enchentes. Por esse motivo que o nome “Terruã”, no dialeto indígena, significa “Terra Alta” (“Tur” = terra / “Ruã” = alta).
Posteriormente, no início dos anos 1880, a localidade de Terruã já aparece, em documentos da época. Como propriedade do coronel Manoel Ricardo da Silva e pertencente à comarca de Lábrea. Ao final daquela década, em 1889, o senhor Virgílio de Souza Pinheiro, herdeiro do coronel Manoel Ricardo, adquiriu, por direito, uma área de 5.998.538 m2 de terras do local.
Em documentações encontradas em alguns setores da cidade de Pauini, constam registros como o de dona Aurora, então moradora mais antiga de Terruã. No qual ela afirmava que, em 1923, Virgílio e sua esposa, dona Julieta da Silva Pinheiro, venderam suas terras para o coronel português José Corrêa Rodrigues, que ali passou a residir com seus pais.
Ainda de acordo com o depoimento de Aurora, José Rodrigues permitiu que os herdeiros do coronel Manoel Ricardo continuassem instalados em Terruã. Um pedido feito a ele por dona Julieta Pinheiro, com a condição de que os moradores do povoado teriam de repassar ao novo proprietário uma parte da produção agrícola do lugar.
O coronel José Rodrigues conheceu a tia de dona Aurora, a senhora Maria da Glória do Nascimento, que se tornou sua companheira e a quem ele deixou as terras de Terruã como herança. Após o falecimento de Rodrigues, dona Glória vendeu o barracão, usado para celebrações de missas e batismos na comunidade, à Prelazia de Lábrea. Ali, os padres da Ordem dos Agostinianos Recoletos instalaram, em uma capela provisória, a Paróquia de Santo Agostinho, inaugurada em 15 de agosto de 1949, no local que recebeu a denominação Nova Hipona do Terruã. O termo “Hipona” faz menção ao antigo nome da então cidade argelina de Annaba, onde Santo Agostinho faleceu.
Seis anos mais tarde, a lei nº 96, de 19 de dezembro de 1955, elevou Terruã à categoria de cidade, renomeando-a assim Pauini, que é também o nome de um dos principais afluentes do rio Purus. A instalação oficial do município ocorreu em 19 de março de 1956. Dia de São José, data escolhida por dom José Alvarez Mácua, prelado de Lábrea e bispo de Calibrasso, que era devoto do santo dos trabalhadores.
A solenidade de instalação foi presidida pelo primeiro prefeito nomeado de Pauini, senhor Francisco Chagas Evangelista. Teve a presença de pessoas ilustres da cidade. Incluindo o então vigário de Terruã, frei Luís Montes de São José, e a senhora Maria da Glória do Nascimento, proprietária do seringal Terruã.
Em 19 de dezembro de 1956, por meio da lei nº 117, foi assim, estabelecida nova divisão administrativa e jurídica de Pauini. Formada por um único distrito-sede e pelos subdistritos de Ajuricaba, Foz do Pauini, Boca do Moaco, Atucatuquini, São Romão, Boca do Inauini e Sinimbu. O primeiro prefeito eleito de Pauini foi o senhor Antônio Juvêncio de Andrade Pontes, em pleito assim realizado no dia 13 de dezembro de 1959.
Pauini comemora seu aniversário em 19 de março, contando assim sua idade oficialmente a partir de 1956, o ano de sua instalação. Santo Agostinho, conhecido como o “Doutor da Igreja”, é o padroeiro do município, e os festejos em sua honra ocorrem no dia 28 de agosto.
Fonte: IBGE