Blog do Durango

A expansão do crime organizado na era digital e global

Enquanto o mundo enfrenta a ameaça de uma nova era de guerras comerciais, com fluxos de capital em queda e o comércio global estagnado, um setor está prosperando: o crime organizado internacional. Gangues e criminosos estão expandindo suas operações, movimentando mercadorias, estabelecendo cadeias de suprimento globais e contratando talentos de maneira transnacional.

O crime organizado cresce em escala e sofisticação como nunca antes visto. Apesar da queda nos índices globais de homicídios desde o início do século, esses grupos têm se expandido rapidamente, impulsionados por novas tecnologias, o boom das drogas sintéticas e a diversificação de suas atividades criminosas.

A tecnologia tem sido um divisor de águas. Aplicativos criptografados permitem comunicações secretas entre criminosos, enquanto criptomoedas tornam os lucros quase impossíveis de rastrear. A dark web facilita o comércio de bens ilegais e novas formas de crime, como ataques cibernéticos, estão em alta. Durante a pandemia de COVID-19, o aumento da presença online ofereceu terreno fértil para golpes digitais e fraudes, com bilhões movimentados por meio de crimes virtuais.

O tráfico de drogas também se transformou. Drogas sintéticas, como metanfetaminas e fentanil, não dependem de plantações específicas, tornando a produção mais escalável e acessível. O consumo global de drogas aumentou 20% entre 2010 e 2020, com substâncias cada vez mais potentes alimentando o mercado.

Além disso, as gangues estão se reinventando. Diversificação é a nova regra: grupos atuam em diferentes atividades, como tráfico de drogas, falsificação de bens e até tráfico humano. Organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) no Brasil, criam “mercados regulados” para evitar conflitos e aumentar lucros. Outras, como a máfia albanesa, se expandem globalmente para preencher lacunas deixadas por rivais.

Embora a aplicação da lei tenha tido alguns avanços, como o acesso a redes criptografadas, os esforços ainda são limitados pela abordagem nacional, enquanto o crime organizado opera sem fronteiras. O desafio é estabelecer uma estratégia internacional tão eficaz quanto as próprias gangues.

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