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21 de dezembro de 2016 às 08:00.

As supostas fraudes na venda e utilização do passe escolar

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Dois meses mais tarde, no início de outubro, a tarifa dos ônibus é majorada de Cr$ 7,00 para Cr$ 9,00. Em declarações ao jornal A Notícia, o presidente da Associação dos Empresários de Transportes Coletivos de Manaus, Enock Bezerra, afirma que iria pedir ao Ministério dos Transportes o cancelamento da meia-passagem. A justificativa era de que um menino teria sido flagrado no bairro da Compensa vendendo passes estudantis, supostamente falsificados numa gráfica clandestina (A Notícia de 9 de outubro de 1980).

Ao mesmo tempo, o lobby começava a operar na Câmara Municipal. No final daquele mês, o vereador Clementino Silva (PDS) propôs ao prefeito José Fernandes que o uso do passe escolar fosse regulamentado, impondo mais restrições de uso aos estudantes. Sugeriu o vereador que os passes não fossem mais aceitos em domingos e feriados e que também não pudessem ser utilizados por jovens “vestindo calções de banho nas linhas que se destinam aos balneários” (A Crítica de 30 de outubro de 1980, p.06). Segundo o vereador, o passe escolar “estaria beneficiando pessoas que nada têm a ver com a classe estudantil“.

Em novembro veio um novo reajuste tarifário, e a passagem subiu para dez cruzeiros. Jocosamente, A Crítica abre sua reportagem afirmando: “se você não recebia troco, não é preciso mais se preocupar. A partir de hoje, a passagem de ônibus municipal passa a ser de dez cruzeiros” (A Crítica de 8 de novembro de 1980, p.03). Na mesma reportagem, Enock Bezerra volta a denunciar supostas fraudes na venda e utilização do passe escolar, e desta vez afirma que iria procurar o prefeito para discutir a validade da meia-passagem. “A associação inclusive está mandando apurar uma denúncia de que na Compensa estavam vendendo passes das empresas Viama e Soltur. São esses tipos de coisas e de outras também que estão prejudicando as empresas”, completa.

No início de fevereiro de 1981, representantes da Uesa, Selma Oliveira e Vicente Filho, são recebidos pelo secretário de Serviços Públicos, Aviz do Amaral Valente, para tratar de problemas relacionados ao passe. Valente promete que no semestre seguinte a EMTU instituiria o “passe-único” e também instalaria um posto de venda no Centro da cidade (A Notícia de 10 de fevereiro de 1981, p.05). O passe-único se destinaria somente à categoria estudantil e poderia ser utilizado em todas as empresas de ônibus, o que era restringido por elas.

Em março de 1981, novo reajuste: a passagem fica 50% mais cara e passa a custar Cr$ 15,00.  A Crítica publica uma nota informando que os trocadores da empresa Ajuricaba, na linha que servia o campus universitário estariam se recusando a receber o passe estudantil aos sábados – quando existiam aulas na universidade. Segundo o Diretório Acadêmico, os trocadores alegavam haver ordem dos donos das empresas para a recusa (A Crítica de 28 de março de 1981).

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