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Donos das empresas de transporte coletivo ameaçavam paralisar o sistema

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Passada a fase de maior turbulência, no dia 4 de novembro, os estudantes Francisco Sávio, Laucilene Santiago e André Frota, dirigentes da UESA, foram pedir ao governador Gilberto Mestrinho “apoio técnico e ajuda financeira”, visando a construção da sede própria da entidade, a produção de um jornal, material de expediente e seis passagens aéreas para que os delegados da união secundarista pudessem participar do Seminário Nacional de Educação, no Rio de Janeiro. Mestrinho se comprometeu em dar quatro passagens a eles.

Numa espécie de pedido de desculpas, a vice-presidente da UESA, Laucilene Santiago, chegou a confessar a Gilberto, referindo-se às manifestações de setembro, que “a aspereza nas palavras e as dificuldades no diálogo que se processaram anteriormente foi resultado dos 19 anos de falta de diálogo, mas que agora estamos melhor porque estamos diante de um Governador democrata”.

Em resposta, Mestrinho disse que os estudantes podiam contar com a ajuda dele “sem nenhuma vinculação política ou partidária, mas com o sentido de bem servir e ajudar a todos pelo desenvolvimento do Estado” (Jornal A Notícia, de 06 de novembro de 1983, p.03).

Novo aumento na tarifa de transporte coletivo já se avizinhava para o fim de 1983. Em 15 de novembro, os jornais da cidade falavam em um acréscimo de 28%, o que faria com que o valor subisse para Cr$ 140,00. Os empresários justificavam a necessidade do reajuste por causa da majoração nos derivados do petróleo, o que aumentava o preço do óleo diesel.

Os donos das empresas ameaçavam paralisarem o sistema de transporte coletivo caso a Prefeitura de Manaus não desse o reajuste na tarifa até o dia de Natal. Eles pleiteavam que a passagem subisse para Cr$ 160,00, pois só assim poderiam superar seus prejuízos. No entanto, a EMTU se recusava a conceder esse valor.

O prefeito Amazonino Mendes chegou a consultar a Secretaria para Assuntos Jurídicos a fim de verificar a legitimidade da paralisação dos ônibus. A resposta foi que não havia legalidade nesse movimento dos empresários, porém, se estes decidissem mover ação na Justiça alegando prejuízos, aí a paralisação se tornaria legal.

Diante disso, em reunião no Sindicato dos Metalúrgicos realizada no dia 14 de dezembro, Amazonino anunciou o aumento da tarifa para Cr$ 130,00, passando a vigorar a partir do dia 16 seguinte. No decreto do aumento, havia uma novidade no que tangia à questão dos passes: os usuários que possuíssem o tíquete no valor de Cr$ 110,00 teriam apenas que acrescentar Cr$ 20,00 para pagar a passagem.

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