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27 de outubro de 2025 às 15:17.

Durango Duarte na Jovem Pan: “O DNA da política brasileira é a traição

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O publicitário, pesquisador e escritor Durango Duarte voltou à cena midiática com uma entrevista à Jovem Pan Manaus que já nasce clássica: uma mistura de análise política, bastidor, ironia e desabafo. Com sua conhecida franqueza, Durango destrinchou o cenário do Amazonas e o comportamento de seus personagens centrais sem poupar ninguém.

“Cada entrevista que eu dou me dá um problema terrível”, disse logo no início, entre risos. “Sou atacado por A, sou atacado por B, mas não me importo: não sou refém de ninguém.”

Pesquisas ou ficção?

Quando o assunto foi pesquisa eleitoral, Durango largou uma das frases mais certeiras da entrevista:

“O Amazonas ficou refém de uma máquina de empresas de pesquisa cujo dono não sabe a raiz quadrada de dois.”

Sem rodeios, denunciou o que chama de “indústria da manipulação estatística”: empresas fantasmas, resultados comprados e ausência total de fiscalização eleitoral.
“Essas pesquisas não têm entrevista, não têm amostra, não têm campo. São relatórios vendidos para agradar quem paga. A maioria é puro teatro com números falsos.”

Segundo ele, as únicas pesquisas que realmente importam são as internas, usadas estrategicamente por campanhas sérias e guardadas a sete chaves. “A pesquisa verdadeira é a que não é divulgada.”

A política como terreno da traição

Ao falar sobre os bastidores de 2026, Durango expôs as engrenagens da política amazonense com precisão cirúrgica.

“O político no Brasil tem muitos direitos, inclusive o de trair. Traição é o DNA da política brasileira.”

Ele narrou, em tom de crônica irônica, o episódio da “tentativa de golpe” envolvendo o prefeito Davi Almeida e o governador Wilson Lima uma articulação que desmoronou em 48 horas.
“O Davi diz que apoia o Omar, mas conspira 24 horas pra ser candidato a governador. Ele é o tipo de político que ora jura fidelidade, ora prepara o bote. E, no fim, não cumpre nem com o cúmplice.”

Durango afirmou ainda que o prefeito vive seu pior momento político: “Tem o maior índice de rejeição da história do Amazonas. 75% da população não votaria nele.”
E completou com ironia: “Davi tem um ar de reizinho, egocêntrico, acha que é Deus porque 170 sites pagos dizem isso todo dia.”

A força de Wilson Lima e o favoritismo de Alberto Neto

Contrariando o coro de analistas locais, Durango previu que Wilson Lima não deve renunciar para disputar o Senado.
“Ele vai recuar. É mais seguro ficar no governo e se proteger. Essa eleição é difícil. Tem Alberto Neto como franco favorito, Eduardo Braga vivo, e Plínio Valério que todo mundo diz que morreu, mas não morreu nada.”

De esquerda a direita: a metamorfose de Manaus

Duarte revisitou a história ideológica da cidade, recordando os tempos em que liderava o movimento estudantil de esquerda na década de 1980.
“Naquela época, o PCdoB mandava na universidade e os sindicatos respiravam política. Hoje, a direita que sempre existiu se libertou das amarras com o bolsonarismo mas já perdeu o gás. Manaus, hoje, está dividida ao meio.”

O fenômeno Salazar

Em tom de espanto e admiração, Durango apontou Rodrigo Salazar como “o maior fenômeno político dos últimos 40 anos”.

“Ele, com um chinelo havaiano e um óculos esquisito, pode eleger quatro deputados sozinho.
Criou apelidos que destruíram reputações. Transformou o vice-prefeito em ‘Água de Salsicha’ e o povo adorou. Isso é poder simbólico puro.”

A sinceridade como método

No fim, Durango retomou o humor ácido que o consagrou:

“Eu gosto quando me ligam pedindo minha análise e eu digo: ‘Tu não tem a menor chance de te eleger. Vai gastar dinheiro à toa.’ Dá um prazer danado dizer a verdade.”

E encerrou com sua marca registrada:
“Eu não sou marionete de ninguém. Digo o que quero, doa a quem doer.”

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