ELEIÇÃO PARA O GOVERNO DO AMAZONAS 2018
Para o governo do Amazonas optei por oferecer apenas dois nomes: Omar e Eduardo. Assim o decidi porque, entendo, são os mais fortes, consistentes e prováveis candidatos. Óbvio que outros nomes surgirão, pelo menos mais três, mas, por ora, decidi pela polarização.
A partir de 1982 – ano do início do processo de redemocratização – e nas eleições de 1986 e 1990, o Amazonas teve quatro candidatos ao governo. Já em 94, foram três. Em 1998, voltou a ter quatro candidatos. A partir daí o número de candidaturas cresceu: em 2002, concorreram cinco; em 2006, foram sete; em 2010, seis e, em 2014, sete candidatos. Nesse período, portanto, a disputa pelo governo do Amazonas teve um mínimo de três e um máximo sete candidatos. A tendência para a próxima é que se tenha, no mínimo, cinco candidatos.
Mas, hoje, que outros nomes se candidatariam?
É prematuro especular. Marcelo poderia ser um terceiro nome, mas vem de derrotas consecutivas em duas eleições majoritárias (governo em 2014 e prefeitura em 2016). É inquestionável o seu bom desempenho nas urnas na última eleição (44% dos votos). Após duas tentativas frustradas, entretanto, é natural que, para a sua sobrevivência política, conquiste um mandato e, com este, tribuna e visibilidade. Assim, o melhor é manter distante a tentativa de uma terceira eleição majoritária.
A escolha de apenas dois nomes, reforço, decorre da correlação das forças, as mesmas que estiveram protagonizando, em lados opostos, a eleição para prefeito de Manaus em 2016. Qualquer análise, por mais simplista que pudesse ser feita, não deixaria de fora os nomes desses dois políticos num cenário para a sucessão governamental.
Ainda que esses sejam os nomes mais cotados para a disputa que se aproxima, há uma espada sobre suas cabeças: os desdobramentos da delação premiada da Andrade Gutierrez, na Operação Lava Jato, prestes a aportar nas terras de Ajuricaba. O resultado será tão devastador quanto o da delação da Odebrecht? As consequências para ambos são imprevisíveis, não se descartando a hipótese de distancia-los do favoritismo que hoje detém, colocando-os em situação desconfortável e embaraçosa. Poderá até mesmo alija-los da disputa, o que mudaria a lógica política do Amazonas, que perdura desde 1982. Claro que a investigação pode, por falta de provas, isentar os dois senadores de qualquer crime. Assim sendo, seguirão suas carreiras “normalmente”.
A pesquisa foi realizada na capital e em outros cinco colégios eleitorais: Parintins, Itacoatiara, Manacapuru, Tefé e Coari. Logo, um retrato do estado do Amazonas.
Eduardo Braga obteve 41,4% das intenções de voto e Omar, 25,1%. A vantagem de Eduardo sobre Omar totaliza relevantes 16,3%. A soma dos eleitores que disseram que não votariam em nenhum dos dois, além dos eleitores indecisos, foi de 33,5%. Este número é um claro sinal do desejo de mudança, vide o caso de São Paulo. Um exemplo para ilustrar esse sentimento são os 47% de eleitores, com nível superior, que disseram que não votariam em nenhum dos dois nomes (ver mais detalhes na página cinco do arquivo da pesquisa).
A eleição que consagrou Artur Virgílio vitorioso, deixa fortalecido o grupo de Eduardo Braga, que o apoiou. Assim, deu-se a primeira pincelada no quadro que se desenha para as eleições de 2018. Eduardo volta ao protagonismo político do Amazonas após sua derrota, em 2014, para José Melo.
Se Marcelo tivesse sido o vitorioso na última eleição para prefeito de Manaus, o protagonista principal seria Omar, que teria, provavelmente, Silas Câmara como seu vice-governador. Sua chapa de candidatos para o Senado, seria composta pelos deputados federais Alfredo Nascimento e Paulderney Avelino.
Registre-se que, em 2018, o Senado Federal fará a troca de 2/3 de sua representação, ou seja, elegerá dois, dos três senadores.
Retrocedendo no tempo, em 2010, quando Omar se elegeu governador do Amazonas, tendo como vice, José Melo, a chapa do grupo dominante elegeu os seus dois candidatos ao Senado: Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin. Naquela eleição Vanessa Grazziotin derrotou o até então favorito, Artur Neto, com uma considerável margem de votos trazida do interior do estado.
A história é implacável, dois anos depois, em 2012, o eleitor da capital elegeu Artur e derrotou Vanessa, devolvendo-lhe um mandato e dando-lhe a segunda oportunidade de gerir a capital amazonense.