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7 de dezembro de 2017 às 17:30.

IDD: Hotéis em Manaus (Série 1960)

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No final dos anos 1950 e início dos anos 1960, Manaus era cidade abandonada e com a sua economia débil, em face da crise que se instalara após o fim ciclo da borracha.  Na década de 1960, a capital amazonense abandonara qualquer perspectiva de se concentrar no extrativismo como matéria prima para exportação e se dedicava a industrialização como forma de integração nacional. O desenvolvimento socioeconômico no Amazonas se apoiava, por exemplo, na perfuração de poços de petróleo pela Petrobras nas áreas do Careiro, Maués e Manacapuru.

A precariedade da cidade se refletia, também, no setor hoteleiro que se constituía em um problema crônico, face ao fluxo de turistas que visitavam o Amazonas e padeciam com a falta de hospedagem. Assim, investimentos nesse segmento se constituíam em acontecimentos muito prestigiados, como aconteceu com a fundação do Lord Hotel, em 23 de novembro de 1959 e sua inauguração datada de 13 de junho de 1960. O hotel era um estabelecimento a altura das necessidades da cidade, passou a se constituir num símbolo de progresso da capital amazonense. Frei Lourenço Maria do Porto abençoou as dependências do edifício “José Tadros”, localizado no “coração” da cidade, na Rua Marcílio Dias, nº 118, esquina com a Rua Quintino Bocaiúva.

De propriedade do Sr. David Tadros, o Lord Hotel inaugurou com uma estrutura que contava com vinte apartamentos, sendo três para solteiros, distribuídos em três andares, além do térreo. Todos os apartamentos eram dotados de telefones e ventiladores de pé. Eram 17 suítes com acomodações amplas e confortáveis. O imóvel foi construído pela firma Sociedade e Obras Ltda. e oferecia, no térreo, um restaurante e bar, o “Lord Bar”, este de propriedade do Sr. Joaquim Cunha. A direção da cozinha era do Mestre José Pereira, profissional importado do Rio de Janeiro.

Com a aquisição de um terreno localizado também na Rua Marcílio Dias, os proprietários edificaram o “novo” Lord Hotel que, depois de pronto, passou a contar com 53 unidades habitacionais, das quais trinta estavam equipadas com aparelhos de ar condicionado, além de um restaurante internacional no 6º andar. Sua inauguração ocorreu no dia 8 de outubro de 1965, e contou com as presenças de diversas autoridades, como o então governador Arthur Reis, sua esposa Graziela Reis – a quem coube a responsabilidade de cortar a fita inaugural – e, ainda, a Miss Brasil 1965, Maria Raquel, que veio a Manaus a convite do Atlético Rio Negro Clube, tendo se hospedado no Lord Hotel.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/4″][/vc_column][vc_column width=”1/2″][vc_single_image image=”20239″ img_size=”medium”][/vc_column][vc_column width=”1/4″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Lord Hotel em construção. In: O Jornal, de 8 de agosto de 1963, p.01.[/vc_column_text][vc_column_text]

Em 11 de julho de 1961, a Prudência Capitalização S. A. ofereceu a venda o Hotel Amazonas, o primeiro hotel moderno a ser erguido em Manaus, após o período áureo da borracha. O imóvel de propriedade da Prudência funcionava entre a Avenida Floriano Peixoto e as Ruas Marcílio Dias e Theodoreto Souto, ao lado da Praça Tenreiro Aranha.

Com o propósito de negociar a venda do imóvel e acertar a liquidação dos títulos da Prudência, vieram a Manaus, nomeados pelo governo federal, os Srs. Idelfonso de Lima Tricate e Pedro Luiz Veloso Chaves.

Para que Manaus não perdesse o Hotel Amazonas que, há muito, já havia se incorporado ao acervo patrimonial da cidade, criou-se uma comissão constituída pelos Srs. Moisés Israel, Elias Benzecry, Hermes Serpa Falcão e Sóstenes Bandeira de Magalhães, para estudar a proposta e apresentar sugestões, que seriam levadas pelo presidente da Associação Comercial do Amazonas-ACA, Sr. Jacob Benoliel, ao governador Gilberto Mestrinho. Mas o hotel acabou sendo leiloado e arrematado pelo empresário Vasco Vasques, que conseguiu adquirir o empreendimento com o apoio do extinto Banco do Estado do Amazonas – BEA.

Em 1996, o Hotel Amazonas foi novamente leiloado e transformado em um condomínio residencial e comercial, hoje o prédio é conhecido como Condomínio Ajuricaba.

No dia 9 julho de 1963, no Edifício Bulbol, na Avenida 7 de Setembro, 827/833, foi inaugurado o Líder Hotel. O evento foi presidido pelo Dr. Dalmir Câmara, representando o governador Plínio Ramos Coelho. Durante o evento de inauguração, em nome da família Bulbol, falou o deputado estadual Bernardo Cabral, que entregou o prédio à coletividade amazonense.  As bênçãos ao imóvel foram dadas pelo arcebispo metropolitano de Manaus, Dom João de Sousa Lima.

No dia 21 de setembro de 1964, com 15 apartamentos amplos e confortáveis, equipados com telefone, colchões de mola, sanitários, guarda-roupas e poltronas, foi inaugurado o Hotel Paris, localizado na Avenida 7 de Setembro, 1367, próximo ao canto do Quintela. Os proprietários do empreendimento hoteleiro eram os Srs. José Loureiro e Antônio Loureiro, titulares da firma Hotel Paris Ltda. A solenidade foi presidida pelo comerciante Jacob Benoliel, presidente da Associação Comercial do Amazonas-ACA. O hotel está em pleno funcionamento, agora com o nome Sombra Palace Hotel.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/4″][/vc_column][vc_column width=”1/2″][vc_single_image image=”20240″ img_size=”medium”][/vc_column][vc_column width=”1/4″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Fachada do Hotel Paris, na Avenida Sete de Setembro. In: O Jornal, de 23 de setembro de 1964, p.08.[/vc_column_text][vc_column_text]

Em 5 de janeiro de 1968, foi lavrada, na cidade do Rio de Janeiro, a escritura de constituição da Companhia Tropical de Hotéis da Amazônia, uma sociedade anônima, com sede na cidade de São Paulo.

Menos de uma semana depois, foi assinada a escritura de compra do terreno da praia da Ponta Negra, onde está edificado o Hotel Tropical de Manaus, obra construída pela construtora Adolpho Lindenberg, por encomenda da Companhia Tropical de Hotéis, empresa do Grupo Varig. Assinaram a escritura os Srs. Emídio Vaz de Oliveira e Agnaldo Junqueira, pela Varig e Tales de Menezes Junqueira, como proprietário do terreno.

O início dos trabalhos no canteiro de obras se deu em 15 de junho de 1968. Para o evento vieram 50 autoridades, dentre elas, o vice-presidente da República, Pedro Aleixo, cinco ministros de Estado, quatro governadores, dezenas de deputados e outras personalidades da vida pública brasileira.

O Tropical Hotel, projetado pelo arquiteto Arnaldo Furquim, possuía, inicialmente, cerca de quarenta mil metros quadrados de área construída, em estilo colonial espanhol. Oferecia 358 Unidades Habitacionais distribuídas em quatro blocos – entre as quais, dezessete suítes de luxo e uma presidencial. Até hoje sua estrutura dispõe de um centro de convenções com sete salas de apoio e mais dois salões com capacidade para até 1.500 pessoas, além de um centro de compras, espaços de lazer, área verde com quatrocentos mil metros quadrados e o Zoológico Tropical, com mais de cem espécies da fauna amazônica, entre aves, mamíferos e répteis.

O Hotel Tropical foi inaugurado somente em 21 de fevereiro de 1976, acompanhando a tendência da época, pela qual, grandes companhias internacionais de aviação passaram a ter necessidade de contar com as suas próprias redes de hotéis, assegurando aos passageiros, hospedagem em nível igual ao padrão de serviços aéreos.

Até 1990, o Tropical Hotel Manaus passou por duas ampliações e recebeu mais dois blocos. Atualmente dispõe de 594 unidades habitacionais e oferece 1.200 leitos. Em 2005, passou por um processo de revitalização que recuperou o piso, instalou fechaduras eletrônicas, acionadas por cartão magnético e disponibilizou internet banda larga. Nesse mesmo ano, o Tropical foi classificado na categoria Luxo e tornou-se o primeiro da Região Norte a receber a placa de cinco estrelas. O hotel está localizado na Avenida Coronel Teixeira, n. 1.320, no bairro Ponta Negra, Zona Oeste.

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