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Os clubes, o Teatro Amazonas e a televisão

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Assim como nas grandes capitais brasileiras, as festas nos clubes de Manaus tidos como de elite – Cheik, Atlético Barés, Atlético Rio Negro e Ideal – eram realizadas com som de Alta-fidelidade, mais conhecido como Hi-Fi – high-fidelity -, em que a reprodução de áudio era feita por um aparelho de som, com a maior fidelidade possível ao som real, onde o desejável era minimizar, ao máximo, os efeitos de ruídos e distorções.

Os clubes mais populares da cidade eram o River Clube, Luso Sporting Clube, União Esportiva Portuguesa, Sul América Esporte Clube, São Raimundo, Princesa Isabel, Rio Branco Futebol Clube, Guanabara Clube de Campo, Cliper Clube, América Futebol Clube, Associação Atlética Banco do Brasil-AABB e Nacional. Todos esses promoviam festas, bailes de carnaval e prestigiavam os cantores da cidade. Ás vezes, nos fins de semana, a União Atlética Constantinopla, Radilândia Clube, Olímpico Clube e Acapulco, se convertiam em boates.

Além dos clubes, ocorriam eventos musicais nos balneários – até meados da década de 1960, Manaus era conhecida como uma “cidade balneária”-, no Teatro Amazonas, nos cinemas Ypiranga, Odeon e Guarany e nas rádios de maior audiência: Baré, Difusora e Tropical – a primeira rádio em FM do Brasil e a segunda na América do Sul, inaugurada em 1968.

O majestoso Teatro Amazonas recebeu celebridades internacionais como a cantora espanhola Sarita Montiel, o tenor italiano Pepes del Palucci e o pianista, compositor e regente vienense, Frederico Egger; também recitais da soprano brasileira Blanca Bouças. Para que o teatro não se transformasse numa Arena da Amazônia, programavam-se eventos não convencionais para homenagear o governador, outras autoridades políticas e até diretores de jornais.

Lá se apresentavam sob a batuta do maestro Divaldo Santiago, o coral João Gomes Junior, que em março deste ano completou sessenta anos; noutras ocasiões o pianista amazonense, radicado no Rio de Janeiro, Arnaldo Rebello; noutras o “Conjunto de Câmara Orpheus”, um trio de cordas e piano, de Manaus, comandado pelo violonista, Dr. Pedro Bacelar, especializado em música erudita. Garantiam-se com isso, o “despertar de emoções” na sociedade baré e a não conversão do Teatro Amazonas em um elefante branco.

Os cinemas não só apresentavam em suas telas filmes musicais ou películas estreladas por Elvis Presley ou Beatles, eram cines-teatros que recebiam cantores renomados como Orlando Dias, o “cantor das multidões”, que em março de 1961, se apresentou no cine Ypiranga, no bairro da Cachoeirinha.

Se no Brasil a televisão chegou por obra de Assis Chateaubriand no ano de 1950, em São Paulo, com a TV Tupi; em Manaus a televisão só chegou 15 anos depois, com a TV Manauara – a primeira emissora de televisão da Amazônia -, surgida como hobby da Família Hauache, em 1965. A TV Manauara foi uma das primeiras TVs a cabo do Brasil, mas a experiência não teve continuidade em decorrência de inúmeros problemas técnicos.

A TV Ajuricaba, também da família Hauache, começa a transmitir livremente em 5 de setembro de 1967 (1967/1986). Era o canal 8, em UHF, estação repetidora da TV Record. Mas havia um programa de calouros ao vivo, realizado aos domingos, que não só prendia a atenção das famílias manauaras, como também fazia com que a timidez cabocla se liberasse, expondo publicamente os mais distintos talentos, era o “Peneira Ajuricaba”.

Em 21 de novembro de 1962, “realiza-se no Carnegie Hall, em Nova York, Estados Unidos, o primeiro e lendário Festival de Bossa Nova (também introduzido como New Brazilian Jazz) com apresentação de João Gilberto, Tom Jobim, Edu Lobo, Bola Sete, Sérgio Ricardo, Sérgio Mendes e outros. É o lançamento internacional oficial e em grande estilo da bossa nova com muita repercussão nos Estados Unidos e Brasil”

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