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5 de abril de 2024 às 10:30.

Sugestão de leitura O Clube dos Jardineiros de Fumaça

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Sugestão de leitura O Clube dos Jardineiros de Fumaça de Carol Bensimon, publicado em 2017. Esta obra recebeu o Prêmio Jabuti, estabelecido em 1959 pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Idealizado por seu então presidente Edgard Cavalheiro, representa a mais antiga distinção literária do Brasil. Destinado a reconhecer e celebrar as contribuições notáveis de autores, editores, ilustradores, designers gráficos e livreiros. O prêmio destaca-se por sua tradição e importância no incentivo e na valorização da literatura e da indústria editorial brasileira anualmente.  


Ambientado na Califórnia, Estados Unidos, o romance mergulha na vida de brasileiros imigrantes envolvidos no cultivo de maconha. Esta narrativa ganha contornos particularmente relevantes em um momento em que a legalização da cannabis começa a se consolidar no país.

Entre os personagens principais, encontramos Serginho, um jovem brasileiro que chega aos EUA alimentado pelo sonho americano de enriquecimento rápido. No entanto, Serginho se vê trabalhando em plantações de maconha, longe das promessas de prosperidade que o motivaram a deixar o Brasil. Seu Júlio, por outro lado, é um homem mais velho que também é seduzido pela promessa de oportunidades de trabalho nos Estados Unidos. Contudo, ele rapidamente se depara com uma realidade áspera, que contrasta drasticamente com suas expectativas. Willian, um americano, atua como elo de ligação entre os imigrantes brasileiros e a cultura dos EUA. Ele oferece uma perspectiva única sobre as interações e mal-entendidos entre esses dois mundos.

Através da jornada de Serginho, Seu Júlio e Willian, o livro aborda questões profundas como o anseio pelo sonho americano, a isolamento enfrentado por imigrantes, os desafios da legalização da maconha e as relações de poder e exploração que permeiam essa indústria.

“O Clube dos Jardineiros de Fumaça” se destaca pela sua capacidade de retratar a vida dos imigrantes com nuance e empatia, evitando clichês e simplificações. Carol Bensimon utiliza então o pano de fundo da indústria da cannabis para explorar questões mais amplas de identidade, pertencimento e a busca por um lar. A escrita de Bensimon fluída e envolvente, sendo capaz de transportar o leitor para os cenários descritos, desde as plantações de maconha até as paisagens urbanas e naturais da Califórnia.

Um dos pontos fortes do livro é a sua abordagem realista e humanizada dos personagens, que são complexos e cheios de contradições. O romance também critica o então sonho americano, mostrando como ele pode transformar-se em desilusão para aqueles marginalizados ou explorados pelo sistema.

Fonte: Estante Virtual

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