O bombardeio de Manaus, em 8 de outubro de 1910, foi uma tentativa de golpe para destituir o então governador do Amazonas, Antônio Bittencourt, baseada em documentos falsificados. A Assembleia Legislativa do Amazonas havia decidido pelo impeachment do governador, alegando má gestão financeira e descumprimento de normas legais, especialmente relacionadas ao comércio.
Com o objetivo de forçar a renúncia de Bittencourt, os golpistas, apoiados por militares, começaram a bombardear pontos estratégicos de Manaus, incluindo o Teatro Amazonas, o Hospital Beneficente Português e o Mercado Adolpho Lisboa. O confronto se intensificou quando a polícia, leal ao governador, enfrentou os militares que apoiavam o golpe. Panfletos circularam pela cidade, ameaçando novos bombardeios caso Bittencourt não deixasse o cargo, exigindo que ele transferisse o governo ao vice, Sá Peixoto.
Diante da violência e do pânico, parte da população fugiu para locais mais distantes, abandonando seus pertences. Antônio Bittencourt acabou renunciando, mas foi reconduzido ao cargo posteriormente pelo presidente da República, Nilo Peçanha.
Uma versão curiosa para o bombardeio de Manaus sugere que o então evento teria ocorrido devido a um erro de pontuação. Segundo o historiador Antonio José Souto Loureiro, relata que o comandante da Flotilha teria recebido um telegrama como resposta a uma consulta sobre bombardear ou não a cidade, com a frase: “Não tenha prudência.” A frase correta deveria ter sido: “Não, tenha prudência.” A falta da vírgula teria mudado completamente o sentido da mensagem, causando o trágico bombardeio por equívoco.
Fonte: Jornal O Paíz de 9 de outubro de 1910.