Os arqueólogos Stéphen Rostain e José Iriarte, da Universidade de Toulouse, França, publicaram em janeiro de 2024 um estudo na revista Science que revela a existência de um sistema urbano pré-colombiano na Amazônia, datado de pelo menos 2.500 anos atrás.
O estudo foi realizado na região do rio Upano, no Equador, e identificou mais de 6.000 estruturas artificiais, incluindo plataformas, praças e estradas. As plataformas, que variam de 10 a 50 metros de comprimento e 5 a 10 metros de altura, eram usadas como base para casas, templos e outros edifícios. As praças eram usadas para atividades sociais e cerimoniais. As estradas conectavam as diferentes comunidades do sistema urbano.
O sistema urbano do rio Upano é um exemplo de “urbanismo de jardins”, uma forma de urbanização que se baseia na agricultura intensiva. Os arqueólogos acreditam que os habitantes da região cultivavam uma variedade de plantas, incluindo milho, mandioca, batata-doce e cacau. A agricultura intensiva permitiu que a população crescesse e que o sistema urbano se desenvolvesse.
O estudo de Rostain e Iriarte desafia a visão tradicional de que a Amazônia era uma região desabitada ou pouco povoada antes da chegada dos europeus. O estudo sugere que a Amazônia era um centro de desenvolvimento urbano e agrícola há milhares de anos.
Outras informações relevantes
Além do estudo de Rostain e Iriarte, outros arqueólogos têm descoberto evidências de urbanismo na Amazônia. Por exemplo, em 2018, um grupo de arqueólogos da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, descobriu um sistema urbano pré-colombiano na região do rio Iça, no Brasil. O sistema urbano do rio Iça é semelhante ao sistema urbano do rio Upano, com plataformas, praças e estradas.
As descobertas de Rostain, Iriarte e outros arqueólogos estão mudando nossa compreensão da história da Amazônia. Os estudos sugerem que a região era um centro de desenvolvimento urbano e agrícola há milhares de anos.