O monopólio da navegação do Rio Amazonas foi concedido a Irineu Evangelista de Souza, Barão de Mauá, por meio do Decreto nº 1.037, de 30 de agosto de 1852. O Ato normativo concedia o privilégio exclusivo por trinta anos de navegação por vapor através de duas linhas. A primeira entre Belém, Capital da Província do Grão Pará, até a Cidade da Barra do Rio Negro, Capital da Província do Amazonas. A segunda desde a Cidade da Barra do Rio Negro até Nauta, Povoação da República do Peru.
Outra condição estabelecida pelo Decreto era a obrigação de o Barão de Mauá incorporar uma companhia de navegação. Assim surgiu a Companhia de Comércio e Navegação do Amazonas, empresa que absorveu as pequenas firmas de navegação fluvial que operavam na região. A CCNA iniciou suas atividades com três pequenos vapores, intensificando o comércio entre as duas províncias brasileiras e o Peru. E, apesar da falta de regularidade, começou então, a fazer a navegação entre a Província do Pará e Amazonas através do vapor Guaiapiassú. O outro meio de transporte existente era a canoa, que levava de quinze a vinte dias para chegar ao Pará e, no tempo das cheias dos rios, três meses ou mais. O que significa então dizer que não havia meios de encurtar distância, dificultando, sobremaneira, as comunicações da Província.
A julgar pela arrecadação do primeiro semestre das coletorias da Cidade da Barra do Rio Negro (Manaus), Vila Nova (Maués), Ega (Barcelos), Silves, Serpa (Itacoatiara) e Borba, a receita anual projetada era de 25:000$ (vinte e cinco mil Réis), arrecadação aquém para o atendimento das despesas indispensáveis.
Dessa forma, apesar da sobrecarga de impostos sobre os gêneros comercializados na praça, um inevitável déficit se configuraria.
O recenseamento daquele ano de 1852, indicava que a população da Província era de 29.798 indivíduos. Sendo 7.815 homens livres e 225 escravos; 8.772 mulheres livres e 272 escravas; 6.776 menores do sexo masculino (livres), e 117 escravos; 5.685 do sexo feminino (livres) e 136 escravas. Entretanto, se considerados os índios domesticados e batizados de diversas tribos, essa população saltaria para
mais de 100.000 pessoas.
Desde os tempos de Capitania a crescente população miscigenava com os colonos vindos de Portugal. Branca gente mameluca a se distinguir da cor assim, predominante da população nativa.
Destacavam-se na agricultura as culturas do algodão, anil, café, arroz, mandioca, tabaco e borracha. Tais produções que abasteciam o consumo interno e excediam para a exportação em boa quantidade. Da mesma forma as fábricas de anil, cordoarias de piaçava, de fiação de tecidos e redes de algodão, de palinha e penas; de telhas e alvenarias, construções civil e naval. Desde o ano do Auto
de Instalação, a Província já dispunha assim, de competentes artistas que construíam embarcações e palácios.
Fonte: IDD