Não figuram no quadro POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS PAÍSES CONSUMIDORES DE BORRACHA NATURAL (1948 – 1949) postagem anterior -, a Itália e o Japão, também grandes consumidores. Suas inclusões deslocariam o Brasil para o 9.° ou 10.° lugar.
A indústria manufatureira de artefatos de borracha se dividia em duas grandes ordens: transporte ou indústria pesada e artigos diversos ou indústria leve. Na primeira categoria, que representava cerca de 2/3 da absorção total da borracha, se enquadravam pneumáticos e câmaras-de-ar para aviões, para caminhões, ônibus, automóveis, motocicletas, bicicletas e veículos diversos, sapatas para carros de assalto, rodas maciças, e materiais para conserto desses artefatos.
Seria extremamente longo citar todos os usos e aplicações das manufaturas de borracha existentes. Para comprová-lo, basta dizer que no Brasil se fabricavam, no ramo mais padronizado que é o de pneumáticos. Mais de 1.000 variedades desses artigos, consideradas as rodagens, os tipos, o número de lonas e os diferentes desenhos para cada fim específico. Com exceção dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França e alguns outros países, entre os quais se inclui o Brasil, em virtude dos trabalhos que eram realizados nesse sentido pela Comissão Executiva de Defesa da Borracha. Não se sabe qual era a quantidade de borracha empregada nas diferentes categorias de uso. Fato que acarreta sérios inconvenientes tanto no estudo dessa indústria como em qualquer programação de natureza econômica.
Nos Estados Unidos, a absorção da goma elástica na fabricação de pneumáticos situava-se na ordem de 75% do total. Ao passo que noutros países, onde a produção daquele artefato era mais reduzida, a percentagem se avizinhava de 60 %. No Brasil, entretanto, onde a indústria de pneumáticos registrava um crescimento relativo excepcional no decênio anterior. A percentagem de consumo da borracha nessa categoria alcançou, em 1948, cerca de 90% e, em 1949, aproximadamente 85 %.
Costumava-se dizer que a civilização industrial de um país se media pelo consumo de ácido sulfúrico. A absorção da goma elástica revelava a importância da rede de estradas de rodagem, do transporte de carga e de passageiros, rodoviário e urbano, e da mecanização da lavoura. Também destacava os processos modernos de abertura de rodovias, construções em geral, transporte aéreo, motorização das forças armadas, desenvolvimento industrial e o grau de conforto moderno.