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No Amazonas a pujança dava lugar ao declínio – Texto CX

Em 1921, um ano antes dos ingleses adotarem, no Sudoeste Asiático, as medidas previstas no então Plano Stevenson, o estado do Amazonas estava em alarmante e visível decadência. A pujança de outrora dava lugar ao declínio. A dependência exclusiva da monocultura acusava a estupidez e o descaso com o desvario dos que não velaram pelo seu futuro. A esperança residia na policultura e nos “tesouros” ocultos na floresta e nas redes hidrográficas. O pensamento não era de abandono da cultura da borracha, mas de exploração de tudo o quanto o fecundo solo amazônico pudesse oferecer. A ideia era trocar a vida nômade oferecida pela extração da borracha, pela indústria agrícola e madeireira. O comércio da madeira, segundo a mensagem do desembargador governador Cesar do Rego Monteiro, prometia então um brilhante futuro para o Amazonas.
Em 1923, o governador insistia na penosa situação econômica e financeira do estado e opinava pela redução das despesas públicas. Ele apostava que o solo não negaria recursos porque “… sua fertilidade é prodigiosa e a sua magnanimidade é infinita”. Segundo o governador, o Amazonas e seus filhos estavam entregues aos braços da mãe natureza, que retribuiria àqueles que a tratassem com fé e carinho. Embora não aconselhasse o abandono do ouro-negro, sugeria que os trabalhadores da borracha se interessassem por outras riquezas do solo que pudessem lhes render bons resultados.
Em 1924, a hevea era exposta com melancolia histórica na mensagem do senhor Turiano Meira, em sua breve passagem pelo governo do Amazonas. Sua verdade era a de que o capital atrairia o trabalho, sem o capital de nada resultaria o esforço, não se deveria esperar pela providência senão por iniciativas pessoais.

Fonte: IDD

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