“O jogo político estabelecido na Província do Amazonas, nos momentos anteriores e posteriores ao advento da República, mostraram-nos que os interesses políticos dos grupos partidários vinham em primeiro lugar, em detrimento dos ideais que se propagaram pelas campanhas republicanas, sobretudo nos últimos anos do regime imperial, que além de condenarem em grande parte a postura inerte da Monarquia perante os problemas da população de um modo geral, destacaram a necessidade de instituir-se um governo de bem comum, um governo voltado para a ideia de “libertar” o povo da ação dominadora do Império. Ou seja, livrar-se de um tempo que consideravam ser caracterizado por
um governo “lento”, “atrasado” e “dominador”, e começar um novo governo que representaria o oposto do anterior”.
“Por intermédio de propagandas contra o governo imperial no Amazonas, os jornais de cunho republicano não apenas condenaram a administração vigente de D. Pedro II, como em grande medida procuraram atacar fortemente a figura da princesa Isabel, sucessora direta de D. Pedro II. Dentre sua exposição, o jornal republicano Equador explicita a preocupação entre os representantes
republicanos de que o poder monárquico ficasse efetivamente nas mãos do conde D’Eu, marido de Isabel. Dessa forma, no dia 25 de março de 1888, o Equador expõe a questão em suas páginas. ‘É dever de todos atentar para o dia de amanhã e não dormir indolentemente quando o País está ameaçado de representar o ignominioso papel de roupa de francês, francamente posto em leilão pelas ambições coligadas de meia dúzia de homens que tudo são capazes, no afã de resguardar o seu interesse e poderio’.
Entre os discursos dos republicanos, esse prevaleceu, focando principalmente em atacar o governo monarquista e os representantes da família real. Os republicanos mostraram mais interesse em criticar o regime monárquico do que em apresentar um modelo claro do regime republicano. Suas falas refletiram uma preocupação maior em atacar a monarquia do que em definir a estrutura da república. Isso destacou a falta de um plano definido para o regime republicano no Brasil quando chegassem ao poder.
Fonte: IDD