Blog do Durango

Plano Stevenson 1922-1928 – Texto CVII

O Brasil voltou a ser considerado uma alternativa de lugar propício para a plantação da borracha em grande escala. Em decorrência do surgimento de um cartel da borracha no Sudoeste Asiático. A onda especulativa originou-se da suposta avidez irrefreável do mercado americano. Em 1920, houve uma tentativa frustrada de se elaborar um plano que restringisse a produção, enquanto os preços continuavam a cair.
Insatisfeito com o fato de que quatro entre cinco plantações das possessões britânicas não pagavam dividendos, o governo britânico criou a Comissão Stevenson. Sob a inspiração das conclusões apresentadas no relatório da Comissão, presidida por Sir James Stevenson, elaborou-se o Plano Stevenson. A Comissão apresentou o relatório em maio de 1922.
O relatório da Comissão, que procedeu a longas investigações e estudos, abordou o problema sob quatro principais aspectos, objetivando esclarecer o assunto e propor uma solução. Foram eles: o fomento do uso da borracha; A restrição voluntária, a atitude de laissez-faire e a intervenção do governo. Este caminho não oferecia nenhuma perspectiva, uma vez que a situação se criara precisamente
dentro do clima da livre concorrência.
Os que o advogavam eram, em geral, aqueles que pensavam poder sobreviver entre os mais aptos. Porém isto acarretaria prejuízos incalculáveis a milhares de pessoas, plantadores e trabalhadores, agravando-se os problemas sociais. Além disso, neste struggle for life [luta pela vida], surgia mais uma peculiaridade da economia gomífera, suficiente para comprometer, no futuro, a cirurgia violenta que seria o equilíbrio pelo livre jogo do mercado. Consistia ela em que, supondo-se falidos muitos produtores, arruinados os trabalhadores, abandonadas grandes e pequenas propriedades, os seringais permaneceriam intactos e até beneficiados pela inação, prontos a serem arrematados por quem pudesse
dispor de capital para entrar na liquidação. Isto fatalmente daria origem a novas crises, uma vez que, certamente, recomeçaria sua exploração assim que se julgasse atraente o mercado. Em suma: um sacrifício inútil de pessoas e de riquezas, apenas mudando de donos as plantações e, finalmente, o regresso ao círculo vicioso.
Diante disso, a Comissão Stevenson aconselhou que não se deixassem as coisas naquele “insatisfactory state, unless ali efforts to find a positive solution of the problem fail” [estado insatisfatório, a menos que todos os esforços para encontrar uma solução positiva do problema falhassem].
Uma comissão da Malásia britânica iniciou negociações com os holandeses. Estes, aliás, enviaram missões às plantações malaias para se certificarem de sua posição. Apesar da atitude aparentemente concordante dos neerlandeses, seu governo resolveu não tomar qualquer medida legislativa na ocasião, fundando-se nos argumentos da economia liberal e também no receio
de desagradar os consumidores norte-americanos.

Fonte: IDD

Sair da versão mobile