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11 de abril de 2024 às 16:30.

Fonte Boa se originou da antiga aldeia dos Jurimáguas

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A cidade de Fonte Boa possui 12.155,427 km2 (IBGE/2022) e está localizada na 2ª Sub-região/Região do Triângulo Jutaí, Solimões e Juruá – Mesorregião do Sudoeste Amazonense. Distante 680 km de Manaus em linha reta, limita-se com as cidades de Uarini, Juruá, Jutaí, Tonantins, Japurá e Maraã. Sua população residente é de 25.871 fonteboenses (IBGE/2022).

O primitivo núcleo da cidade de Fonte Boa se origina da antiga aldeia dos Jurimáguas (ou Iurimáguas), grupo pertencente ao clã dos Omágua. Nessa localidade situada no Solimões, o jesuíta Samuel Fritz, a serviço da então Coroa espanhola, ergueu uma capela para “Nuestra Señora de las Nieves”, em fevereiro de 1689, criando a missão religiosa de Nossa Senhora das Neves dos Iurimáguas, no aldeamento que era chefiado pelo curaca Mativa.

No século seguinte, em 1710, Fritz teve de transferir essa missão rio acima, já em território peruano. Por causa dos constantes ataques que o então aldeamento sofria das tropas portuguesas de resgate. Com o abandono do local, os padres carmelitas tomaram conta do povoamento, sendo mencionado nos relatórios da época como aldeia de Taracuatíua.

O termo “Taracuá”  designa uma espécie de formiga bastante comum na região, presente nos troncos de árvore, enquanto “Tíua” é sufixo que significa muito. Ou seja, “Taracuatíua” é o mesmo que “lugar de muita formiga”, retratando o estado de abandono em que a ex-missão de Nossa Senhora das Neves ficou com a expulsão dos jesuítas.

Em 1759, o primeiro governador-geral da capitania de São José do Rio Negro, Joaquim de Mello e Póvoas, transformou o povoado em lugar de Fonte Boa. Passados quase cem anos, a lei provincial nº 92, de 6 de novembro de 1858, ali criou a freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe.

Duas décadas mais tarde, em razão de o local estar situado em uma área de várzea, pantanosa e que dificultava a navegação, o então presidente da província, Domingos Monteiro Peixoto, por meio da lei nº 251, de 22 de abril de 1873, transferiu a freguesia da foz do paraná do Cajaraí para um lugar de terra firme chamado de Barreiras de Fonte Boa, onde está até os dias atuais. O projeto foi do deputado Delfim Flavo Portugal.

A elevação da freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe de Fonte Boa à categoria de vila de Fonte Boa, desmembrada do município de Tefé, ocorreu em 1891 por meio do decreto nº 92, de 28 de março daquele ano, sancionado pelo então governador Eduardo Ribeiro. No ano seguinte, a 26 de maio de 1892, fundou-se a Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, com o padre Antônio Cândido da Rocha como seu primeiro vigário.

Fonte Boa se tornou cidade de forma oficial somente no século XX, graças ao decreto nº 68, de 31 de março de 1938, na administração estadual de Álvaro Maia. O município recebeu então essa denominação lusa em 1759 por causa das águas límpidas e cristalinas dos seus igarapés, lagos e rios. O que lembrava alguns lugares de Portugal, como Fonte Boa dos Nabos, Fonte Boa do Meio e Fonte Boa de Algarves.

O dia utilizado como marco comemorativo do aniversário da cidade é 31 de março, em referência ao ano de 1938, quando da sua emancipação política. No entanto, a idade de Fonte Boa é contabilizada a partir de 1891, em alusão ao ano de sua elevação a vila. Há também a valorização histórica do ano de 1689, marcado pela criação da missão de Nossa Senhora das Neves. Este ano é considerado a referência mais antiga da existência do município.

A festa da padroeira fonteboense – Nossa Senhora de Guadalupe – ocorre em 12 de dezembro. Além dos festejos da santa, outro evento tradicional é o então Festival Folclórico de Fonte Boa, realizado desde 1980. O festival inclui a disputa entre os bumbás Corajoso e Tira Prosa. Projetado para acontecer sempre em julho, o festival já ocorreu em outros meses, por motivos diversos.

Fonte: IDD

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