O jornalismo praticado em muitos sites e redes sociais enfrenta uma grave crise de credibilidade e qualidade, resultado de uma combinação de práticas antiéticas, pressão por engajamento digital e falta de rigor técnico. Um dos maiores problemas é a produção de fake news, onde conteúdos são publicados sem qualquer verificação de fontes, priorizando cliques e engajamento imediato. Essa prática desinforma o público e compromete a confiança na imprensa. Além disso, a falta de ética jornalística é um problema recorrente. Muitos veículos e profissionais ignoram os princípios básicos do jornalismo, como imparcialidade e transparência, publicando matérias enviesadas ou atendendo a interesses políticos e comerciais. Em casos mais extremos, o jornalismo é utilizado como ferramenta de extorsão e chantagem, onde figuras públicas ou empresas são ameaçadas de exposição em troca de favores financeiros ou políticos, uma prática que desvirtua completamente a função do jornalismo como serviço público.
Outro fator alarmante é a vulgaridade na linguagem utilizada por muitos sites e influenciadores, que recorrem a expressões chocantes e manchetes sensacionalistas para atrair audiência. Isso não apenas banaliza o conteúdo, mas também reduz o nível do debate público. Além disso, a qualidade dos textos é frequentemente baixa, com artigos mal escritos, repletos de erros gramaticais e falta de coesão. Esse problema reflete a priorização da velocidade de publicação sobre a precisão e o cuidado editorial. O sensacionalismo é outro recurso amplamente utilizado, onde manchetes exageradas e escandalosas são criadas para atrair cliques, mesmo que o conteúdo não tenha relevância ou substância. Essa prática degrada o jornalismo e promove a disseminação de informações distorcidas.
A busca por audiência também levou à popularização do clickbait, onde títulos enganosos prometem informações que, muitas vezes, não são entregues no conteúdo. Isso frustra o público e prejudica a credibilidade dos veículos que utilizam essa prática. Muitos sites e influenciadores também negligenciam a verificação de fontes, publicando informações imprecisas ou falsas para não perderem o “timing” das tendências, o que alimenta ainda mais o problema das fake news. A dependência de algoritmos das redes sociais também contribui para a mediocridade do jornalismo online. Esses algoritmos priorizam conteúdos com maior engajamento, independentemente de sua qualidade ou veracidade, incentivando a publicação de matérias superficiais e polêmicas em detrimento de conteúdos relevantes e aprofundados.
Outro problema grave é o uso abusivo de ataques pessoais e a exposição indevida da vida privada de figuras públicas. Essa prática transforma o jornalismo em uma ferramenta de fofoca e exploração, prejudicando reputações e desviando o foco de temas relevantes. O cenário se torna ainda mais preocupante quando analisamos as causas da mediocridade do jornalismo online. A pressão por velocidade e a lógica da internet, que valoriza a publicação rápida, muitas vezes sacrificam a qualidade e a precisão das informações. A falta de regulamentação em redes sociais e blogs permite que práticas antiéticas floresçam, enquanto o modelo de monetização baseado em cliques cria incentivos para priorizar quantidade de publicações em vez de qualidade.
Além disso, o acesso amador ao jornalismo online, onde qualquer pessoa pode publicar conteúdos sem formação ou compromisso ético, dilui a credibilidade do jornalismo profissional. A cultura do engajamento, promovida pelos algoritmos das plataformas digitais, favorece conteúdos que geram reações rápidas e polêmicas, mas que frequentemente carecem de profundidade e relevância. O jornalismo online, nesse contexto, reflete uma convergência de fatores econômicos, tecnológicos e culturais que priorizam lucro e popularidade em detrimento da ética e da qualidade. Para reverter esse cenário, é essencial promover a educação midiática, regulamentar plataformas digitais e valorizar veículos que mantenham o compromisso com a responsabilidade e a integridade, que são os verdadeiros pilares do jornalismo.