Durante o mandato do então governador Ephigenio Ferreira de Salles (1926–1929), houve uma preocupação em criar alternativas econômicas para o estado, após o declínio da economia gomífera. Ele tinha interesse em atrair imigrantes japoneses para o Amazonas. A introdução de novas técnicas de cultivo e novos produtos agrícolas era vista como uma oportunidade econômica. Em 1926, o então primeiro embaixador do Japão no Brasil, Shichita Tatsuke, visitou Manaus. Durante sua visita, o governador do Amazonas concedeu terras para colonos japoneses.
No dia 11 de março de 1927, com o apoio do sucessor de Shichita Tatsuke, o embaixador Akira Ariyoshi, juntamente com Genzaburo Yamanishi e Kinroku Awazu, assinaram o contrato de opção com o governador Ephigenio Salles, para a escolha de áreas apropriadas dentro de 2 anos, com recursos próprios. Foi a primeira concessão de terras aos japoneses na Amazônia.
No dia 2 de janeiro de 1930, chegaram ao Amazonas os primeiros colonos japoneses. Eles se estabeleceram e se dedicaram ao cultivo do guaraná, em Maués. Entretanto, em 1941, uma epidemia de malária matou várias famílias. Fazendo com que esses japoneses se dirigissem para a colônia japonesa na Vila Amazônia, próxima a Parintins.
Na referenciada colônia trabalhavam 64 famílias, num total de 400 pessoas. Lá se cultivava além de arroz, pimenta do reino, verduras, legumes, mandioca, cana, milho e o que mais fosse necessário para a alimentação. Através do cooperativismo, vendiam seus produtos, faziam suas compras e recebiam enfim do fomento federal e estadual, sementes, máquinas, adubos e outros implementos.
Em 1962, apesar do ciclo das cheias dos rios, os nipônicos, fazendo uso de sua tecnologia, superaram as dificuldades naturais e produziram verduras com fartura, as quais foram abasteceram as feiras e mercados da cidade.
No mesmo ano, dois outros fatos relevantes ocorreram: o primeiro, em fevereiro, sob o patrocínio do Instituto Nacional de Imigração e Colonização, mais 100 famílias japonesas chegaram ao Amazonas, mas dessa vez para se estabelecer em terras pertencentes àquele Instituto, nas Colônias de Bela Vista, em Manaus, e Boca do Acre; o segundo, em julho, a Associação dos Nisseis Nipo-Brasileiros do Amazonas, entidade fundada no dia 22 de abril daquele ano, em Manaus, lançou o primeiro número do jornalzinho “O Nissei”. A associação tinha por finalidade congregar toda a juventude nipo-brasileira e, através dela, conseguir melhor integração na nova pátria, em particular, na região amazônica. Dentre outras informações, o jornalzinho trazia a história da criação da Associação.
No mês de julho de 1966, o consul Todashi Nakagawa e representantes japoneses em Manaus, foram visitar a então Colônia Efigênio de Sales. O lugar que no ano de 1958, tinha iniciado com 17 japoneses, agora contava com 62 famílias, totalizando 353 pessoas, todas dedicadas à agricultura e avicultura. A povoação tinha 80.000 pés de pimenta do reino plantados e uma produção assim estimada em 200 toneladas. Dessa produção, as famílias oriundas da terra do Sol Nascente exportaram 45 toneladas de pimenta do reino para os Estados Unidos e 20 toneladas para a Argentina.
Outra atividade desenvolvida por eles era a criação de galinha – para a postura e abate – e dispunha de um plantel de 15 mil bicos, acumulados em apenas 12 anos de atividade. A então Cooperativa Agrícola Mista Efigênio Sales dispunha de um posto de vendas em Manaus, na Rua Dez de Julho, 618, onde era possível adquirir ovos, legumes e outros produtos agrícolas.
Em dezembro de 1967, os colonos japoneses instalaram uma nova colônia nas proximidades do então Parque Dez de Novembro, em terras que adquiriram por compra de particulares. A colônia agrupava 12 famílias, distribuídas por lotes, que cobriam 300 hectares. Agora Manaus tinha mais uma colônia para se somar a Bela Vista, Água Fria e Efigênio de Sales.
O Consul Geral do Japão, Sr. Sadao Kushida, esteve presente durante a comemoração do décimo ano de aniversário da então Colônia Efigênio de Sales. Ocasião em que houve diversas competições esportivas, inclusive uma partida de Baseball, além de concurso de canção popular e apresentação de peça teatral japonesa.
No ano de 1968, a safra de pimenta do reino atingiu 300 toneladas; as galinhas, 30 mil bicos, com produção diária de 10.000 ovos e a produção de legumes anual chegou a 500 toneladas.
A Colônia Efigênio de Sales como as demais colônias instaladas na capital amazonense contribuiu fortemente para o abastecimento do mercado de Manaus. Juntas elas constituíram a base da então sociedade Nikkei da Amazônia Ocidental.
Durante o mês de agosto, tradicionalmente acontecem os festivais anuais de verão naquela colônia e na então Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental (Nippaku). Sempre regados a comidas típicas japonesas (sushi, yakissoba, yakitori…) e doces (moti, manju e kakigoori).
Fonte: IDD