AS TESTEMUNHAS
No final de 1954, o juiz de direito da 6ª Vara Criminal da Comarca de Manaus, Raimundo Cordeiro de Magalhães, determinou que as testemunhas da Promotoria Pública fossem arroladas para participarem da audiência de inquirição do processo contra José Figueiredo.
As notificações ocorreram no dia 4 de janeiro de 1955, sendo convocadas as testemunhas Expedito Roque dos Santos, que era empregado de Figueiredo na sua alfaiataria; Sebastião Boneleiro, empregado da Alfaiataria Demasi, que teria ligado para o réu, avisando-lhe sobre o corpo de Anacleto; José Isaac, dono da serralheria onde teria sido produzida a barra de ferro utilizada para matar o biscateiro, e Pedro Vicente do Nascimento, um dos amantes de Antônio Dias.
Também foram alistadas pela acusação as testemunhas Marino Silva, compadre do comerciante português; Antônio José Monteiro, afilhado de Antônio Dias; Agostinho dias e Laurindo Gomes, que ajudaram Figueiredo a fazer o balanço das mercadorias da mercearia; Raimundo Alves, que intermediou o primeiro contato de Figueiredo com Antônio Dias para a compra da taberna, e Sebastião Lopes de oliveira e dona Lucinda Gusmão da Silva, testemunhas presentes na confissão de José Figueiredo.
A audiência das testemunhas de acusação na 6ª Vara Criminal foi remarcada várias vezes. E quando finalmente estava prestes a acontecer no dia 1º de março de 1955, o desembargador Azarias Menescal de Vasconcellos, solicitou que os autos fossem enviados, com a máxima urgência, à Corregedoria de Justiça.
Os depoimentos das testemunhas de acusação foram tomados somente quatro meses depois, em 8 de julho daquele ano, pois os autos do processo ainda se encontravam sob apreciação da corregedoria. Participaram o juiz Raimundo Cordeiro de Magalhães e o 3º promotor de justiça interino, Francisco Sá Peixoto do Passo. Pela defesa, estava o advogado Ligier Herculano Barroso que, com Gebes de Mello Medeiros, passou a trabalhar para que Figueiredo provasse sua inocência. Milton Augusto Asensi continuava também.
Nessa primeira audiência, foram ouvidos, pela ordem, Sebastião Matos da Silveira, Expedito Roque dos Santos e José da Silva (também conhecido como José Isaac). A primeira testemunha nada acrescentou de relevante, enquanto que a segunda testemunha reafirmou que seu ex-patrão não sabia que Anacleto dormiria na alfaiataria: