A excessiva quantidade de candidatos a sucessão municipal é derivada de diversos fatores. Em primeiro, destaco o sentimento de sobrevivência inerente ao mundo político, que se movimenta em relação a eleição de 2018. São os casos dos quatro deputados federais que colocaram seus nomes no jogo eleitoral. Destes, dois tendem a submergir. Seus objetivos são os mesmos: sabem que dificilmente vencerão, mas se valerão dos horários a que seus partidos têm direito para expor suas imagens e discursos, tornando mais fácil reconhecê-los daqui a dois anos.
Em 2018 haverá duas vagas para o senado, a de Eduardo Braga e a de Vanessa. Os políticos e analistas, em sua maioria, acreditam que Eduardo virá novamente para disputar o governo e Vanessa perde ou recua para deputada federal. Isso, por exemplo, levou o DEM, de Pauderney, a apoiar Artur na expectativa de tê-lo como aliado em sua candidatura ao senado.
Outros atores também se movimentam na mesma lógica: na hipótese de Artur ser derrotado na disputa municipal, ele naturalmente entra como favorito a uma das duas vagas ao senado federal.
Em segundo, a fragilidade do governador Melo desestruturou o bloco vitorioso de 2014. Omar se distanciou do governador para proteger sua imagem, o que é estrategicamente correto. Seu vice, Henrique Oliveira, desdenha levemente do apoio do PROS (partido de Melo).
A máquina estadual pode ajudar um ou mais candidatos e, pelo visto, o principal beneficiado poderá ser Marcelo Ramos. Muito querido por seu apoio a Melo contra Eduardo na eleição de 2014. Só falta alguém dizer que tudo isso é ficção.
A cassação do governador pelo TSE, ainda neste ano, é pouquíssima provável. Mas se isso ocorresse antes das eleições municipais, o jogo seria bem diferente.
Em terceiro, há uma forte e legítima movimentação para tentar, a qualquer preço, derrotar a atual administração municipal. Vide o comportamento de Amazonino Mendes, que do alto de sua experiência “maquiavélica”, virou Guru de Rotta, Marcelo Ramos e Hissa.
Em quarto, observamos acordos estranhos, como é o caso de Silas Câmara, do PRB e Alfredo Nascimento, do PR, que fecharam apoio de reciprocidade no segundo turno. Esta situação você não esperava e muito menos alguns políticos que já se sentem traídos por acordos antes firmados por um dos dois.
Em breve a parte II.