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27 de fevereiro de 2017 às 08:00.

Para combater a crise econômica, rock and roll

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Enquanto o movimento Bossa Nova se espargia pelo país no início dos anos 1960, por aqui os cantores amazonenses de rádio, mantinham suas participações em programas de auditório, cantando os sucessos de grandes artistas nacionais. Os mais festejados eram: Nicolau Murno, Helio Azaro, Celso Miranda, Arminda Oliveira, Júlio Otavio, Maria das Dores, Maria Aparecida, Katia Maria, Sebastiana Moreira, Marlene Santana, Clovis Carvalho, Paulo Lino, Almir Silva, Salim Gonçalves, Conrado Silva, Wilson Campos, Celso Miranda, Luiz Pinto (o “Little Box”), Trio Itapuan, “ Los Caribes” e outros.

Os meios de comunicação – jornal e rádio – influenciavam significativamente na definição de gostos e comportamento do manauara. Ao cinema cabia exercer outro preponderante papel na formação e comportamento dos artistas locais: a absorção dos trejeitos, através da “visualização das performances dos artistas nos filmes musicais que estavam no auge”.

Assim, com os filmes de Elvis Presley a inundar as telas a cada ano – Feitiço Havaiano; Talhado Para Campeão; Garotas, Garotas e Mais Garotas; Louras Morenas e Ruivas; O Seresteiro de Acapulco e outros – e os Reis do Iê Iê Iê (A Hard Day’s Night) – primeiro filme dos Beatles – a lotar as salas de cinemas da capital, os ídolos internacionais conquistavam espaço e se juntavam aos ídolos nacionais no gosto das pessoas daqui, que não só os viam e ouviam, como os imitavam.

Em Manaus, os anos 1960 tinham como característica a continuidade da crise econômica, a tentativa de internacionalização da Amazônia e a aposta na Zona Franca como forma de integração da cidade ao resto do Brasil. A válvula de escape da parcela da juventude “irrequieta” estava no envolvimento com a música que chegava através do rádio e do cinema.

O rock and roll, surgido no fim da década de 1940 e início de 1950, com seus acordes e batidas, era uma alternativa sem volta. Desde 1961, o radialista Joaquim Marinho tratava de consolidar esse gênero musical através do programa denominado “Chegou a Hora do Rock”, na Rádio Rio Mar, a tocar em sua grade musical os sucessos dos Beatles, Rolling Stones, Bill Haley e seus Cometas, Elvis Presley e outros.

Definitivamente Marinho chegara com uma proposta que fugia das baladas românticas predominantes. Ele viajava para os Estados Unidos, comprava, ouvia discos de rock compulsivamente e os compartilhava em seu programa. Além disso, tinha a vantagem de ser o representante de discos da Philips, o que possibilitava receber todos os lançamentos da gravadora. Joaquim Marinho foi o embaixador do rock em Manaus.

A juventude amazonense mais abastada tinha o privilégio de viajar para o eixo Rio-São Paulo e até para o exterior. Esse privilégio permitia que comprassem as novidades musicais antes que por aqui chegassem. O barato para eles não era só convidar os amigos para ouvir as raridades, era, antes, ouvir os discos muitas vezes e, quando da apresentação coletiva, se exibir vocalizando com o cantor ou grupo de rock correspondente.

Foi ouvindo rock e assistindo filmes de rock que surgiu a primeira banda do gênero, “The Beats Rock”. Joaquim Marinho fazia os vocais e tocava bateria; o médico Evandro Ribeiro, no contrabaixo; o economista Assis Mourão, no piano; e David Pennington, na guitarra e vocais. A banda fazia cover dos Beatles e, segundo Marinho, atuou por cinco anos.

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