No décimo mês de um ano par, a maioria dos brasileiros deverão comparecer às urnas. Com certeza, se o voto não fosse obrigatório, teríamos menos da metade de eleitores presentes nas seções eleitorais. O jogo começaria a ser diferente.
Estamos longe da liberdade de decidirmos nosso futuro. Começando pelo direito de não votar. Nossa democracia é de baixíssima qualidade e as principais instituições estão podres e corrompidas.
Convivemos e decidimos, com pouca racionalidade, as questões de ordem política e social. Estamos agindo pelo estômago com úlcera. Exercemos fragilmente e de maneira desorganizada os nossos direitos. E os deveres, quase sempre, fazemos de conta que não existem.
Em 7 de outubro, você decidirá os dois nomes para as duas grandes finais que ocorrerão no dia 28 seguinte: a de presidente da República e a de governador do Amazonas. Inclusive, já sabemos, de antemão, que essas duas duplas não irão apresentar nada de objetivo e de factível, a fim de que possamos avançar em uma direção sensata e longe da mesmice.
Os dois nomes de cada eleição ficarão entre os “menos piores”. Votaremos por exclusão. Estamos caminhando para a triste realidade em que as ditas mudanças e os sentimentos de renovação foram adiados.
Olhe atentamente para os nossos políticos. Diga, com a máxima sinceridade, qual deles seria um governador competente, honesto, trabalhador e moderno. Será que são muitos atributos para um único nome?
Nós vamos legitimar dois senadores, por oito anos de mandato. Dê uma segunda espiada na lista de nomes dos políticos locais. Estaremos dando o paraíso para duas dessas pessoas. Imunidade e impunidade, além de uma lista de benefícios incomparáveis e com quase zero de cobrança.
Você se lembra do que Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin, cujos mandatos se encerram em 2018, fizeram nos últimos sete anos? Diga, de bate pronto, três votos e três projetos em que eles ajudaram o Amazonas? Agora, pense nos oito deputados federais que temos e nos nossos 24 deputados estaduais. Desses 32 políticos, mais de 80% da população não conseguiriam citar dez nomes corretamente.
Então, como você quer mudar, se não sabe dizer nem quem está lhe representando? Ficou pessimista ou se sentindo culpado? Você vai votar de novo em uma turma que, em sua grande maioria, vive há mais de vinte anos no poder?
Repare que existe uma dúzia que completará 35 anos de atividade no mundo político nas eleições de 2018. E eles não se cansam e nem desistem desse “sacrifício”. Morrer, nem pensar! Emendam um mandato atrás do outro. É muito amor pela vida pública.
Mas, é você que detém o poder de mudar esse status quo. O que falta, de fato, são nomes com capacidade e seriedade, correto? Apesar de todo esse quadro pessimista, começam a surgir alguns focos de uma verdadeira postura progressista renovadora.