Entre o fato do acuado presidente da Câmara do Deputados Eduardo Cunha ter acatado e deflagrado o processo de impeachment (afastamento) da presidente da República e a sua efetivação, há uma distância incomensurável. O impeachment de Dilma provavelmente não se consumará. Os eufóricos adeptos – a maioria da população brasileira – do fim deste desgoverno, não percebe as nuances do jogo do poder. Os números comprovam isso, dos 513 deputados federais, 342 (2/3) teriam que votar a favor do Impeachment. Não vejo como o governo não conseguir mais de 171 votos, há muito que se barganhar, chantagear, negociar, comprar.
A base aliada pode estar momentaneamente desestruturada, mas há antídoto melhor que “generosas” dosagens de cargos federais? O toma-lá-dá-cá, que sempre existiu, foi revigorado na recente reforma política, entretanto, a partir de agora, as dosagens então “generosas” passarão a ser cavalares.
A cassação de Eduardo Cunha, via Comissão de Ética, graças aos prazos regimentais, é inevitável, apenas foi adiada para o ano novo. Sua prisão também não está descartada.