Um dos desafios do atual Governo do Amazonas é escolher, de fato, um modelo de ensino para garantir a aprendizagem com qualidade. Só assim nosso estado conseguirá ter transformações sólidas e duradouras para o seu crescimento.
Ainda que tenham ocorrido muitos avanços durante os últimos 20 anos, propiciando um cenário mais competitivo, ainda há muito a se fazer para sairmos da crise de aprendizagem que enfrentamos, principalmente na gestão dos recursos financeiros da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc).
O Brasil tem o segundo maior sistema de avaliação do mundo e construímos algumas políticas de base, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Do outro lado da moeda, 55% das crianças entre oito e nove anos de idade são analfabetas no Brasil; 93% dos jovens que concluem o ensino médio não têm aprendizagem em matemática; e os 10% melhores alunos do Brasil têm desempenho semelhante aos 10% piores do Vietnã, de acordo com a pontuação do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, o Pisa.
A dificuldade de aprendizado tem, na formação da carreira docente, o principal motivo para a baixa qualidade da educação.
Dos alunos que ingressam nas faculdades de Pedagogia, 70% têm nota abaixo da média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e 20% sequer poderiam requerer o certificado do ensino médio, pois obtiveram menos que 450 pontos no exame, conforme dados do Censo da Educação Superior de 2016. A formação é focada na “teoria da educação”, em vez de o que ensinar e como.
Em média, um aluno fica 4,5 horas dentro da escola e apenas 1,5 hora é destinada a aprendizagem, conforme o Instituto Unibanco. Os diretores das escolas possuem baixíssimo preparo e quase nenhuma formação acadêmica para exercer a função.
Temos que ter um projeto holístico e congruente, e no Brasil existem inúmeras excelentes experiências a serem literalmente copiadas.
O que a atual equipe da Seduc fará para reverter o que muitos já sabem sobre nossas escolas?
O secretário Luiz Castro deverá entregar, no máximo, até o fim do mês, os laudos técnicos ou relatórios detalhados dos contratos, comprovando a bandalheira dos antigos gestores para o Ministério Público do Estado, Tribunal de Contas e a Polícia Federal, sob pena de ser percebido por usar uma prática no Parlamento, como oposição, e outra no poder.